As
inversões serão feitas no biênio 2018/2019 para exploração e produção em
Araçuaí e Itinga, no Jequitinhonha
A Sigma
Mineração, empresa brasileira com 80% do capital nas mãos da A10 Investimentos
e 20% sob tutela de credores, vai investir R$ 230 milhões no biênio 2018/2019
na primeira fase de um projeto para exploração e produção de lítio em Araçuaí e Itinga, no Vale do
Jequitinhonha.
A ideia
é aproveitar a janela de oportunidades criada pela crescente demanda mundial
pelo produto, usado, por exemplo, nas baterias de carros elétricos. Os
primeiros testes operacionais devem ocorrer em 2019 e a previsão é de geração
de 200 empregos diretos e cerca de 600 indiretos.
A área
onde está localizada a jazida foi adquirida pela Sigma em 2012 e, desde então,
a empresa já investiu R$ 60 milhões em pesquisas e sondagens.
“É uma
área com grande potencial e qualidade, mas é necessário conduzir mais
pesquisas. O que conhecemos até o momento seria o suficiente para operar por
aproximadamente 14 anos”, afirmou o presidente da mineradora, Itamar Resende.
A
reserva avaliada até o momento corresponde apenas a uma “pequena porção” da
jazida e, por isso, a Sigma continuará sua campanha de pesquisas para
identificar o tamanho real da jazida e seu potencial. Porém, segundo Resende,
só a área já conhecida viabilizará uma produção anual da ordem de 240 mil
toneladas de concentrado de lítio, o que já coloca a empresa como um player mundial
importante na produção do mineral.
A Sigma
já iniciou os processos de licenciamento e autorizações necessárias para a
operação da mina e também está desenvolvendo o projeto de engenharia da planta.
A projeção é de que os primeiros testes operacionais sejam feitos em 2019.
A
empresa pretende desenvolver o mercado no País, mas tem como grande “filão” o
exterior. “Queremos atrair para o Brasil consumidores da matéria-prima, mas,
hoje, o grande mercado é o internacional. Nossa meta é estabelecer uma base de
negócios forte para também desenvolver essa cadeia produtiva no Brasil e
atender tanto o mercado externo quanto o nacional”, detalhou o presidente da
Sigma.
Para
atender ao mercado externo, a Sigma deve levar sua produção por rodovia até o
porto de Vitória, no litoral capixaba, de onde o produto será embarcado para
clientes de outros países. “O Brasil sofre com a questão logística, que
representa um dos componentes para o elevado custo Brasil. Estamos trabalhando
algumas ideias para otimizar a logística de escoamento”, disse Resende.
A
empresa tem como uma de suas premissas contribuir para o desenvolvimento do
Vale do Jequitinhonha a partir de suas operações. Com base nesse objetivo, a
contratação de trabalhadores deve privilegiar a mão de obra local, apesar de,
em um primeiro momento, alguns recursos humanos serem “importados” de outras
regiões ou estados. Ao todo, devem ser gerados 200 empregos diretos e
aproximadamente 600 indiretos. Sustentabilidade – A Sigma nasceu com os pés
fincados na sustentabilidade.
A
empresa está incorporando no projeto uma série de ações, como a redução no
consumo de água e a eliminação das barragens de rejeitos, que serão depositados
em pilhas. Além disso, a empresa deve erguer uma planta-piloto para desenvolver
tecnologias para o tratamento do lítio. Para tocar o empreendimento, a Sigma
também montou uma equipe experiente. Além do presidente, Itamar Resende, ser
engenheiro metalúrgico e trabalhar com mineração há pelo menos duas décadas,
Ana Cabral-Gardner é a representante da A10 no conselho.
A
executiva cuidou da privatização da Vale, na época no Merrill Lynch. Além
deles, outro conselheiro é o ex-presidente da Companhia Brasileira de
Metalurgia e Mineração (CBMM), Tadeu Carneiro. Aplicação - O lítio é usado na
produção de baterias de celulares, laptops e de veículos elétricos. Atualmente,
a utilização do mineral como componente em baterias elétricas vem sendo
aperfeiçoada para aumentar seu tempo de uso e autonomia. “A perspectiva do
crescimento do mercado do lítio é um caminho sem volta se observarmos não só as
aplicações em baterias de carros e caminhões elétricos, mas sua grande
aplicação nas energias renováveis”, revelou Resende.
No
Brasil, segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), as
reservas de lítio estão localizadas somente em Minas Gerais, no Vale do
Jequitinhonha, e no Ceará, que também tem reservas do mineral.
Fonte: http://diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=Sigma%20investir%C3%A1%20R$%20230%20mi%20em%20projeto%20de%20l%C3%ADtio&id=189691
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